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Château Batalha

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Château Batalha, sua casa no Centro de Portugal

domingo, 3 de dezembro de 2017

Brasil: Corumbá e o Pantanal Sul Matogrossense - MS

(Viagem em 11/2017, Publicado em 12/2017; Texto: Gilda M.Lavecchia; Fotos: Daniel R.Carneiro e Gilda M.Lavecchia)

O Pantanal cobre cerca de 185 mil km2, incluindo porções do Brasil, Paraguai e Bolívia. Em nosso país, os 150 mil km2 localizam-se nos estados de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS).



O Brasil abriga uma enorme diversidade de formas de vida adaptadas às condições climáticas e geográficas de cada região.



O Pantanal é a maior área alagável do planeta e apresenta a maior concentração de fauna. Encanta pela diversidade de paisagens e pelo contraste das épocas de cheia e seca.



Foi reconhecido pela UNESCO como Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade.



A temperatura no Pantanal é usualmente alta, com médias anuais entre 23oc e 25oc. Eventualmente a região é atingida por frentes frias, que levam a temperatura a 0oc. No outro extremo, durante a época chuvosa, as temperaturas chegam a 40oc.



Toda a beleza da natureza conta ainda com o espetáculo de cores do céu pantaneiro. A luz do sol decompõe-se e uma rica variedade de cores ao passar pela atmosfera terrestre.



Para se chegar ao Pantanal é preciso pegar um vôo até Corumbá ou até Campo Grande (MS) e percorrer 426 km até Corumbá. Existem outros aeroportos próximos: o Aeroporto Internacional de Puerto Suaréz (16km de Corumbá) e o Aeroporto Regional de Bonito (350 km de Corumbá).



Conhecida como “Capital do Pantanal”, Corumbá é o maior município do Mato Grosso do Sul e do Centro-Oeste. Pertence à mesoregião dos Pantanás Sul Mato-Grossenses, faz fronteira com Bolívia e Paraguai.



É uma das cidades mais antigas deste Estado.




 Foi construída, inicialmente, para ser um forte. O forte Coimbra foi fundado em 13 de setembro de 1775.



Região disputada pelos portugueses e espanhóis, teve seu primeiro vilarejo em 1778 com o nome de Vila de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque.



Situada na margem esquerda do rio Paraguai, teve um rápido e rico crescimento entre o final do século XIX e começo do século XX quando a borracha da Amazõnia passou a ser exportada por ali.



Atualmente, Corumbá tem 109 mil habitantes, a cidade conta com 2 praças principais: O jardim da Independência ( possui estátuas em mármore cujas vestimentas representam as 4 estações do ano) e a Praça da República.




Uma das atrações turísticas da cidade: Cristo-Rei.



Dois museus são muito interessantes e nos explicam muito sobre o Pantanal: Muhpan – Museu de História do Pantanal



 e Estação Natureza Pantanal.



Podemos saber como se formou o Pantanal:
-Movimentação das placas tectônicas (há 290 milhões de anos tínhamos um único continente, há 245 milhões de anos 2 e a 70 milhões de anos os continente adquiriram o formato próximo do que é hoje).
- Formação dos planaltos no Brasil Central e dos Andes.
- Afundamento da região onde hoje se encontra o Pantanal.
- Formação da Bacia Sedimentar do Alto Paraguai.



O Pantanal é banhado por alguns rios:
- Rio Cuiabá: Nasce nos planaltos e percorre 800km na planície pantaneira.
- Rio Miranda: Nasce na Serra do Maracajú (MS) e drena na Serra da Bodoquena.
- Rio Taquari: Nasce à leste do Pantanal e desemboca no Rio Paraguai.
- Rio Paraguai: Nasce na Chapada dos Pareeis, até sua confluência com o Rio Paraná, na fronteira com o Paraguai.



A fauna e a flora no Pantanal é muito rica. Alguns animais   característicos da região:

Aves

O número de espécies de aves é o mesmo que uma área 50 vezes maior que o Canadá. Diversas espécies reproduzem-se na mesma época, entre junho e setembro, quando as águas estão baixando.

- Jaçanã: é uma ave leve com pernas e dedos longos. Caminham sobre as plantas aquáticas onde encontram seus alimentos (larvas de insetos, moluscos e pequenos peixes) e depositam seus ovos.



- Tuiuiú (ou Jaburu): é a maior ave encontrada no Pantanal. Prefere o isolamento e constrói seu enorme ninho nas árvores mais altas para facilitar pousos e decolagens.



- Martim-pescador (Matraca): mede 42cm, tem um porte avantajado e bico enorme -8cm.



- Ema: é a maior ave do Brasil, alcança 1,70m de altura.



- Tico-Tico rei: tem uma penugem vermelha na cabeça. É conhecido também como galo-do-mato e foguinho.



- Garça-grande: é uma das mais elegantes espécies de garça, é mansa e vive a beira de rios, lagos e banhados.



- Arara-azul: possui plumagem azul. Está ameaçada de extinção.



- Mutum: mede 83cm, o macho é preto com a barriga branca e a fêmea tem a plumagem preta listrada de branca.



- Papagaio-verdadeiro: é famoso pela sua capacidade de aprender a falar com os homens. Devido ao tráfico está em risco de extinção.



Os insetos estão entre os mais antigos e abundantes seres vivos do paneta. No Pantanal, reproduzem-se nas cheias e são responsáveis pelo sustento de animais como pererecas, aves e aranhas. Possuem também, importante papel na polinização das plantas. Entre eles, o Besouro-de-chifre.



Alguns dos animais mais conhecidos no Pantanal são os jacarés e as sucuris. Estes répteis vivem associados aos rios e lagos onde se deslocam agilmente. Já em terra firme, são bastante lentos:

- Jacaré-do-Pantanal: alimenta-se de peixes e outros pequenos animais. As fêmeas constroem ninhos com folhas e galhos. A temperatura em suas diferentes partes irá determinar o sexo dos filhotes, nascerão fêmeas nos ovos que ficarem sob temperaturas mais baixas e machos nos ovos que ficarem expostos a temperaturas mais altas. Muitos filhotes não chegam a fase adulta, pois são presas fáceis de aves aquáticas.



- Sucuri: é uma das maiores serpentes do mundo. Vivem em pântanos, lagoas, rios e campos alagados. Comem aves, pequenos mamíferos, lagartos, rãs e peixes. Sucuris adultas podem se alimentar até mesmo de jacarés, capturados por constrição.



- Víbora-do-Pantanal: é um lagarto que pode atingir 1,5m de comprimento. Vive em áreas de terra firme, próximas a banhados e rios. É boa nadadora e possui dentes grandes e achatados que utiliza para triturar conchas dos moluscos que se alimenta.



As espécies de mamíferos mais encontradas são: capivara, onça-pintada, anta, preguiça comum e o bugio.



Peixes

-Piraputanga: alimenta-se de insetos, frutos e sementes. Acompanham o deslocamento de macacos-prego pelas árvores ribeirinhas para apanhar os frutos que deixam cair na água.



- Dourado: é o maior peixe de escamas da Bacia do Alto Paraguai. É um dos mais rápidos peixes brasileiros. Ao enfrentar a correnteza para desova, pode saltar cachoeiras de vários metros de altura.



- Curimbatá: sua boca em forma de ventosa facilita a obtenção de alimento (matéria orgânica e microorganismos presentes na lama do fundo e margem dos rios).



- Pintado: como outros bagres,possui longos barbilhões e alimenta-se de outros peixes.



- Piranha: peixe de mandíbula saliente e dentes afiados, é um predador voraz de outros peixes, inclusive dos grandes e de outros animais que caem na água.



Entre os anfíbios podemos destacar: rã-manteiga,rã-pimenta e a perereca.



Observando a vegetação característica do Pantanal encontramos, entre outros:

- Aguapés: são plantas aquáticas com enorme poder de flutuação, pois armazenam ar na porção inferior de suas folhas. Formam verdadeiras ilhas de vegetação flutuante. São chamadas de camelotes.



- Carandá: é uma palmeira símbolo do Pantanal, pode atingir até 30 metros de altura. O papagaio-verdadeiro utiliza o oco do carandá para construir seus ninhos.



A meu ver, uma das melhores maneiras de se conhecer o Pantanal é fazendo um cruzeiro pelo rio Paraguai e seus afluentes. Nós embarcamos no navio Kaiamã de propriedade de Joice Carla Santana Marques (Joice tur).



Joice e sua equipe são excelentes anfitriões, sempre preocupados em nos agradar e tornar o passeio o melhor possível.



Fomos recepcionados, ao redor da piscina do navio, com um coquetel que nos possibilitou experimentar alimentos típicos do local, como o bolinho de milho e o caldo de piranha.
Drinks e uma bebida local, o Mate Funada.



A saída de nosso cruzeiro, de três dias, foi animada com um saxofonista que tocou canções românticas e músicas regionais.



Na primeira noite, saímos em lanchinhas para a focagem de jacarés. Formamos grupos de 4 em 4 pessoas, cada um com seu guia particular.



 Deslizando pelo rio, sentimos a paz que o convívio com a natureza, em uma noite estrelada, pode nos trazer. Observamos os jacarés em seu habitat natural e, no escuro, vimos seus olhinhos brilhando...



Em nossa cabine encontramos um presente muito útil, compondo o “traje pantaneiro”: um chapéu de safári ideal para a região. Tivemos um descanso confortável e cheio de expectativas para o dia seguinte!



Acordamos cedo, e após um ótimo café da manhã, percebemos que estávamos ancorados na região chamada Porto da Manga, situada a 35 km da fazenda São João.



Embarcamos em transporte apropriado e percorremos a Estrada Parque Pantanal Sul apreciando diversas aves, jacarés e demais fauna da região.





Ao chegarmos à fazenda, avistamos muitas araras azuis e fomos recebidos pelo proprietário da fazenda que nos contou sua história e peripécias acontecidas em suas terras.



Foi nos oferecido passeios a cavalo, caminhada com instrutor e passeio com uma espécie de “trenzinho” puxado por um trator.



Tivemos um dia agradável, conhecendo a vegetação local (explicada por nosso guia), observando vários animais, além de um almoço saboroso, com direito a um cochilo nas redes!



À noite, o chefe de cozinha do Kaiamã, nos permitiu degustar vários tipos de peixes, entre eles o famoso Pacu.





Para completar a alegria, nossos guias se fantasiaram e dançaram ao nosso redor!



No terceiro dia saímos para passear com nosso guia, pelo Rio Negrinho. Nele, a água é barrenta e vivem jacarés e piranhas, entre outros. Nas margens avistamos capivaras e aves.





Paramos um pouco adiante de onde o rio Negrinho se encontra com o rio Paraguá Mirim. É nítida a diferença de cor deste rio que apresenta águas claras e, onde predominam apenas peixes. Desta forma, é o lugar ideal para curtirmos uma “prainha”.



Na hora do almoço fomos surpreendidos com um almoço em contato total com a natureza. Conhecemos  o “churrasco de chão”.



Estava tudo muito gostoso e, quem quisesse, podia voltar até o navio de caiaque (supervisionado pelo nosso guia). Não perdi a oportunidade!



Após um descanso aproveitando os cômodos do navio, fomos convidados a um passeio até um braço do rio Paraguai (Bracinho).




Como estávamos nas partes mais baixas do rio, existem bahias e coriscos (braços de água) que trazem alimentos para as aves.





É um ótimo lugar para observar diversas aves em seus habitats com seus ninhos, possibilitando a renovação da vida animal.



No retorno, aproveitando o pôr do sol, fomos surpreendidos com um recital de violinos em pleno rio e com a natureza ao nosso redor em pura sintonia!



Para fechar com chave de ouro tivemos 2 cantores e suas violas alegrando a noite e proporcionando nossa festa de despedida.





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