Moçambique é
um país localizado no sudeste do Continente Africano. Sua capital é Maputo e
suas lindas praias são banhadas pelo oceano Índico.
Faz
fronteira com vários países: África do sul, Tanzânia, Malawi, Zâmbia, Zimbabwe
e Essuatíni. Foi anexada pelo império português em 1505 e tornou-se
independente em 1975.
Apenas 2
anos depois, mergulhou numa guerra civil intensa até 1992. Só em 1994 elegeu
seu presidente e tornou-se relativamente estável (moradores locais me contaram
que na região norte do país ainda acontecem brigas e mortes freqüentes).
Moçambique é
dotado de ricos recursos naturais, sua economia é baseada principalmente na
agricultura mas outros setores estão em expansão. O turismo
ajuda muito os moçambicanos. Animais nativos chamam a atenção para a beleza de
sua Savana Africana.
País rico também
em petróleo, a população poderia ter melhor qualidade de vida, mas infelizmente
não é o que acontece com a maioria da população.
A saúde
pública disponibilizada à população é bastante precária e o país ainda sofre
com altos índices de corrupção.
O custo de
vida é alto já que muitos alimentos são importados. Um pacote de biscoito
chega a custar três vezes mais que no Brasil!
O
moçambicano é um povo alegre, batalhador, carinhoso, porém muito sofrido e
acostumado com as dificuldades de um país subdesenvolvido. Apesar desta realidade, mantém vivas sua cultura e dança.
As mulheres
sentem-se muito felizes e plenas tendo muitos filhos. Elas fazem tudo com as
crianças amarradas no seu corpo através das capulanas – lindos tecidos
coloridos 100% algodão.
A língua
oficial é o português, porém, entre eles usam dialetos locais como o changana: Kanimambo! (obrigada). Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas, em 2019 apenas 17% da população utilizava o português em suas casas.
Moçambique é
dividida assim:
Para se ter uma idéia de como é a sociedade moçambicana, 66% da população vive em zonas rurais, 55% não possui nenhum nível de ensino, 4% completou o ensino secundário. A Fraternidade sem Fronteiras está colaborando para mudar esta triste realidade.
Estive na
província de Gaza, no distrito de Chokwe e com muita alegria pude participar de
uma das caravanas (que acontecem todos os meses) da Fraternidade sem Fronteiras
– organização não governamental brasileira.
A
Fraternidade sem Fronteiras é uma organização humanitária, sem restrições
étnicas, geográficas ou religiosas que ampara, prioritariamente, crianças e
jovens em situação de vulnerabilidade ou risco social. Seu objetivo é “sacudir o mundo” com a idéia de que milhões
de pessoas, cada uma ajudando um pouquinho, podem acabar com a fome e promover
a vida de famílias que vivem na extrema miséria.
Através de “madrinhas
e padrinhos” que contribuem para a FSF, está sendo possível entregar 428 mil
refeições por mês, manter 700 jovens na escola, acolher 15 mil necessitados e atuar
em 45 polos de trabalho em 6 países.
Só em Moçambique,
foram abertos 30 centros de acolhimento onde, além de oferecer alimentação, são
ensinados cuidados com higiene, atividades pedagógicas, culturais e formação
profissionalizante. Idosos são amparados e algumas casinhas foram construídas.
Um grande
problema nesta região é a dificuldade em ter água. Mesmo quando as aldeias
ficam próximas a algum rio, nele se encontram crocodilos e hipopótamos. A FSF
vem perfurando poços artesianos.
Com a chegada da água, foi iniciado o
cultivo sustentável de alimentos (machamba) e a capacitação de jovens
agricultores.
É
impressionante o que sentimos quando chegamos lá e convivemos um pouquinho com
estas pessoas que vivem nessa realidade difícil. É muito amor! O coração se
enche de felicidade que transparece de dentro de nossa almas, algo que sempre
busquei e nunca senti em nenhum outro lugar.
Para mim foi a realização de um
sonho participar desta caravana, e ainda, mais do que tudo, um começo para modificar
minha vida no sentido do que realmente faz a diferença.
Infelizmente
vivemos num mundo onde somos levados para o consumismo, para dar importância a
coisas materiais e não darmos muita importância ao nosso próximo. Quando
chegamos lá nos centros de acolhimento, temos certeza do quanto podemos ser
melhores!
Com a ajuda
de todos a Fraternidade sem Fronteiras vem conseguindo manter vários
projetos de suma importância:
1 1- Ação Madagascar: Esta região vive uma
das piores crises humanitárias do mundo. Foram acolhidas 3 mil pessoas que
deixaram de sofrer com a fome e a sede, sem terem um mínimo de higiene; 357
crianças foram inseridas na escola e junto com padrinhos e apoiadores está
sendo construída a Cidade da Fraternidade.
2
2- Acolher Moçambique: A realidade
nestas aldeias era de 1 milhão de pessoas sofrendo com a fome e consumindo água
suja. A maioria são crianças órfãs de pais mortos por HIV e malária.
Trabalhavam em troco de um prato de comida e não iam à escola.
3- Brasil, Um Coração Que Acolhe: Este
projeto foi criado para acolher nossos irmãos venezuelanos. A FSF junto com
todos os apoiadores, criou um centro de acolhimento na cidade de Boa Vista (outubro
de 2017) para que as famílias pudessem receber alimentação, aulas de português
e orientações necessárias.
4- Malawi - Nação Ubuntu: Uma nova
comunidade está sendo criada ao lado de um centro de refugiados que existe há
24 anos e foi instalado de modo emergencial. Não há escola nem oportunidade de
trabalho. O alimento é insuficiente. Um terreno foi comprado e, aos poucos está
sendo oferecido a eles uma oportunidade
de vida melhor.
5- Dakar – Chemin Du Futur (Caminho para o
Futuro): A capital do Senegal, segundo a ONU, possui o maior índice de crianças
de rua do mundo. Com a contribuição mensal dos padrinhos do FSF, um orfanato é
mantido, e além do afeto, alimentação e escola, são oferecidos cuidados com a
saúde, música, esporte e capacitação para o trabalho.
6- Brasil (Paraíba) – Microcefalia: Esta
causa nasceu do coração da Dra Adriana Melo que descobriu a relação entre o
zika vírus e a microcefalia. Ela percebeu o desamparo das mães e a necessidade
de um local para o tratamento adequado das crianças. A Fraternidade apoiou a
causa e as crianças vêm sendo atendidas no Instituto de Pesquisa Professor
Joaquim Amorim Neto em Campina Grande.
7- Brasil (Campo Grande-MS) - Orquestra
Filarmônica Jovem Emmanuel: Os meninos e meninas da periferia passaram a ter
aulas com instrumentos musicais e, conforme evoluem, passam a integrar a
orquestra. Hoje 52 alunos possuem esta oportunidade mas a meta deste projeto é
ampliar para 300 jovens.
8- Brasil (Campo Grande-MS) - Fraternidade na Rua:
Em parceria com a Clínica da Alma dependentes químicos que queiram deixar o
vício das drogas são resgatados e tratados de forma gratuita, podendo
reescrever uma nova vida através do amor e da esperança.
9- Brasil
(sertão da Bahia) – Retratos de Esperança: A FSF ajuda em nove cidades construindo
casas, contribuindo no reforço escolar, oferecendo aos jovens aulas de música e
futebol. Junto com os padrinhos, sonha
em levar saneamento básico, água limpa e educação.
- 10- Brasil
(Bahia, Calculé) – Jardim das Borboletas: Existem na região casos de uma doença
rara não contagiosa e incurável chamada Epidermólise Bolhosa, que atinge a pele deixando feridas sensíveis
até mesmo a água. Os remédios e curativos são de alto
custo. Além disso, as crianças precisam de roupas e melhor qualidade de vida. A Fraternidade sem
Fronteiras, junto com todos que apoiam esta causa, quer proporcionar a essas “borboletas”
a melhor vida possível, repleta de cuidados, sorrisos, amor e fé.
Mas como este lindo trabalho teve início?
Tive o privilégio e a oportunidade de
conhecer a história pessoalmente. Estava em uma caravana junto com outros colegas no centro de
acolhimento de Moçambique e numa linda tarde fizemos uma roda para conversar com o Wagner
Moura (presidente e fundador da FSF). Sempre muito simples, tranqüilo e com o
coração aberto, nos relatou:
Tudo começou com um chamado interno
que recebia sempre em seu coração: ÁFRICA
Ele nos contou que mora em Campo
Grande – MS e fez vários trabalhos voluntários em sua região, porém seu coração
continuava pedindo que ele fosse para a África.
Um dia então ele se rendeu ao seu chamado constante e resolveu se
organizar neste sentido.
Chegando lá procurou ajuda de uma brasileira.
Ela o alertou quanto a ser perigoso ir a uma aldeia e não poderia levá-lo. Ele tinha pouco tempo
e não sabia onde e como levar ajuda, então, muito preocupado e sem saber como atingir seu objetivo foi tomar um café num estabelecimento em
Maputo e conheceu um garçom que iria justamente para uma aldeia após o meio dia. Foi a oportunidade que ele precisava.
Chegando lá se deparou com muitas
crianças órfãs cujos pais tinham morrido de AIDS e estavam desnutridas.
Voltou
ao Brasil, fez uma campanha e conseguiu reunir algum dinheiro para começar uma ajuda para aquelas crianças
africanas. Retornou a aldeia e com a ajuda de moradores locais, criou um centro
de acolhimento inicialmente para 35 crianças que logo se tornaram 70 e assim
surgindo, cada vez mais ...
Com muito amor no coração e ajuda de padrinhos e
madrinhas este projeto vem crescendo e se multiplicando cada vez mais.
Apadrinhe esta causa!
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